Parque Natural Municipal de Nova Iguaçu

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Os principais atrativos do Parque Natural Municipal de Nova Iguaçu (RJ) são suas cachoeiras e poços de fácil acesso a partir da trilha principal do parque. Além disso, há o que alguns acreditam ser a cratera de um antigo vulcão, extinto há milhões de anos. A visitação no parque é gratuita e acontece de terça à domingo.


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Parque Natural Municipal de Nova Iguaçu
Esfera Administrativa: Municipal
Estado: Rio de Janeiro
Município: Nova Iguaçu
Categoria: Parque
Bioma: Mata Atlântica
Área: 1.100 hectares
Diploma legal de criação: Decreto Municipal nº 6.001 de 5 de junho de 1998

Prefeito: Nelson Bornier

Coordenação regional / Vinculação:
Contatos: Sede: 21 3765 3999

E-mail: parquemunicipal@gmail.com

Secretaria de Meio Ambiente de Nova Iguaçu 21 3779 1183

Localização

Com a emancipação de Mesquita, o acesso ao Parque Natural Municipal de Nova Iguaçu passou a se localizar neste novo município. Embora haja um acesso pelo bairro K11, a melhor opção é mesmo por Mesquita.

Ao final da avenida Brasil, cruze uma pequena ponte e acesse a Estrada da Cachoeira. Prossiga por aproximadamente 1,5 km até a entrada do parque.

Como chegar

De ônibus: A Viação Mirante dispõe da linha Nova Iguaçu - Mesquita. Você pode pegar o micro-ônibus na Av. Feliciano Sodré vindo para Mesquita ou na Praça Central de Mesquita (Beth Paixão) indo Para Nova Iguaçu. Salte na última parada no Bairro Coréia, onde o ônibus faz o retorno na altura da segunda ponte (marcada no mapa acima). Atravesse-a e siga pela Estrada da Cachoeira, a esquerda, por aproximadamente 1,5 km até a guarita de entrada do Parque

De trem: Salte na Estação de Juscelino e desça a passarela do lado de Mesquita (avenida Feliciano Sodré).Procure entrar na Rua Sergipe (esquina com a Escola Castelo Branco). Prossiga até o Rio Dona Eugênia;onde se deve cruzar a 1ª ponte e entrar a direita. Siga ao lado do rio, passando em frente ao Abrigo Irmã Catarina, até a 2ª ponte. Atravesse-a e pegue uma estrada de terra a esquerda (a Estrada da Cachoeira). Siga em frente e em aproximadamente 1,5 km chegará a guarita do Parque.

Ingressos

Livre

Onde ficar

Há diversas opções de hospedagem no município de Mesquita, Nova Iguaçu ou mesmo no Rio de Janeiro (de onde é possível pegar um trem até o município do parque)

Objetivos específicos da unidade

Auxiliar na proteção da Reserva de Mata Atlântica presente na Serra do Mendanha, em mosaico com A APA do Gericinó-Mendanha e Parque Natural Municipal do Mendanha

Histórico

Além de remanescentes da Mata Atlântica, o Parque abriga valores históricos e culturais como a sede da Fazenda Dona Eugênia (conhecida atualmente como casarão, construído no final do século XIX, as ruínas do clube Dom Felipe, que funcionou até meados da década de 1960, que já indicava a vocação para lazer na natureza da área; e o Quilombo, área de ocupação quilombola perto da pedra da Contenda.

Atrações

A antiga sede da fazenda Dona Eugênia, conhecida popularmente como "Casarão", é um dos objetos atrativos do parque. Esta casa é construído no século XIX e, é o mais antigo ainda de pé do município de Nova Iguaçu.

Aproximadamente 8Km de trilhas sendo sinalizadas, passando pela Pedra da Contenda até a Serra do Vulcão. Aproximadamente 14 poços e cachoeiras abertos para uso recreativo.

Entre os atrativos estão:

Caminho das Águas

Caminho Geológico I e II

Casarão

Ruínas do Clube D'Felipe

Trilha da Varginha

Antiga Pedreira São José e Mirante da Pedreira

Aspectos naturais

Relevo e clima

O PNMNI está localizado no conjunto orográfico do Maciço do Mendanha formado pelas serras do Mendanha, Gericinó e Madureira, de relevo bastante acidentado, com muitas escarpas e elevações, na vertente Iguaçuana da Serra do Madureira.

Estendendo-se por 4 vales (em V): Rio Dona Eugênia, Mata-fome e do Levi, e um vale circular atulhado conhecido como Varginha, supostamente interpretado inicialmente como a cratera do vulcão de Nova Iguaçu

O clima da região é relativamente uniforme durante todo o ano. No verão, em decorrência do grande calor, não amenizado pelos ventos, e da elevada umidade relativa, ocorrem fortes chuvas (dezembro a março); enquanto no inverno, os totais pluviométricos são baixos. De acordo com a classificação de Köppen, baseada nos valores médios de temperatura e precipitação, o clima da região em apreço classifica-se, genericamente, como Cw, ou seja, clima temperado brando com verão quente e inverno seco. Embora esse critério, por seu caráter sazonal, não caracterize completamente as condições ambientais do local ele fornece indicações bastante aproximadas dos aspectos climáticos.

Fauna e flora

FAUNA:

Em levantamento preliminar do plano de manejo em 1998, foram identificadas 17 espécies de peixe no Rio Dona Eugênia e em suas matas: 198 espécies vegetais, 31 espécies de invertebrados, 02 de anfíbios, 09 de répteis, 12 de mamíferos e aproximadamente 154 de espécies de aves.

O Projeto de Voluntariado Ambiental "Levantamento fotográfico da avifauna do PNMNI" (http://www.pmni.infotrilhas.com/vol-proj_avifauna.htm ) em atividade desde 2009, contudo já identificou 162 espécies entre avistamentos, identificação fotográfica e identificação de vocalizações (check list em http://www.taxeus.com.br/lista.jsf?c=161 ).

FLORA:

Floresta Ombrófila Densa Submontana e Montana, com altitude variando entre 150 e 956 mts.

O maciço de Gericinó-Madureira-Mendanha é revestido pela Floresta Pluvial Atlântica e forma com a serra do Tinguá, a serra dos Órgãos e outros maciços costeiros, um dos conjuntos de remanescentes florestais mais importantes do Estado do Rio de Janeiro, integrando a Reserva da Biosfera da Mata Atlântica, homologada pela UNESCO, em 1992. Entretanto este remanescente sofre grande pressão antrópica o que deixa sua fisionomia semelhante a um mosaico, alternando comunidades vegetais em diversos estágios de regeneração natural, com pastagens, plantações e, em alguns casos, com locais em adiantados processos de urbanização.

A cobertura vegetal do PNMNI, pode ser dividida em cinco grupos : Os campos antrópicos (pastagens), as formações pioneiras (estágio inicial de regeneração), as formações secundárias iniciais (em franco processo de regeneração) e secundárias tardias (em adiantado estado de regeneração) e Clímax (florestas ombrófila densa em bom estado de conservação) conforme discriminação:

•Campos antrópicos (pastagens): Formações antrópicas compostas por forrageiras da família das gramíneas que predominam nas cotas inferiores do maciço, com predominância do capim gordura (Melinis minutiflora) e nos trechos de campos antrópicos fora do parque e nas cotas altimétricas inferiores há mais ocorrência do capim colonião (Panicum maximum). Os quais são os grandes responsáveis pela manutenção do ciclo do fogo tanto em áreas do parque como em seu entorno (a ocorrência desta alteração na paisagem é por conta de desmatamentos antigos e queimadas provocadas por moradores locais e queda de balões, ainda freqüente na região).

•Formações pioneiras (estágio inicial de regeneração): Presente, sobretudo, nas áreas junto à estrada da Cachoeira, devido à intervenção antrópica mais recente por conta dos sítios instalados antes da formação do PNMNI. A estrutura geral é herbáceo-arbustiva com a predominância de espécies ruderais e invasoras como lantana (Lantana camara), mamona (Ricinus comunis), picão (Bidens pilosa), oficial-de-sala (Asclepias curassavica), bunda de nego (Thunbergia alata). Nas formações iniciais maiores, há a dominância de representantes da família Compositae que tem como principais espécies o alecrim (Baccahris dracunculifolia), os assa-peixes e os cambarás (Vernonia spp e Eupatorium spp). Cabe destacar, nas áreas mais altas, a presença marcante da candeia (Gochnatia polymorpha) de mesma família botânica. As representantes das melastomatáceas, nesta formação, são as pixiricas (Miconia albicans e Leandra sp). Alguns exemplares de porte arbóreo observados nestas formações são: Aegyphila sellowiana, Croton floribundus, Croton urucurana, Schinus terebinthifolius, Trema micrantha e Cecropia lyratiloba.


•Formações secundárias iniciais (em franco processo de regeneração) e secundárias tardias (em adiantado processo de regeneração): A diferença entre estes dois padrões de vegetação no PNMNI é, essencialmente, em relação a estrutura da formação, pois a similaridade florística entre os dois tipos de mata é alta, devido ao fato de que a floresta secundária inicial apresenta em sua composição muitas das espécies da secundária tardia, embora ainda jovens. Em ambas as composições há elevada freqüência de algumas espécies como o jacatirão (Miconia cinnamomifolia) e o angico (Pseudopiptadenia contorta). Entretanto a diversidade florística e a estratificação nas formações secundárias tardias são bem mais complexas do que na secundária inicial e o índice de umidade torna-se mais expressivo em virtude do maior sombreamento das copas.

Nos trechos de floresta secundária inicial, a altura das árvores não ultrapassa 14 m de altura, alcançando o dossel em torno de 10 metros. A falta de bromélias e orquídeas é marcante, provavelmente devido à coleta, e a presença de trepadeiras agressivas como o arranha-gato (Acacia lacerans) ainda é comum. As árvores que podem ser citadas que compõe o estrato superior deste tipo de mata são: Sapium glandulatum, Croton floribundus, Croton urucurana, Cybistax antisyphilitica, Erytroxylum pulchurum, Alseis floribunda, Pyschotria sellowiana, Albizia polycephala, Siparuna arianae. As árvores que se destacam deste estrato são: Alchornea triplinervia, Sparattosperma leucanthum, Senna multijuga, Miconia cinnamomifolia, Tibouchina mutabilis, Pseudopiptadenia contorta e Piptadenia gonoacantha, entre outras. As matas secundárias tardias apresentam, assim como as clímax, a ocorrência de três estratos pouco definidos.

O estrato inferior apresenta uma altura de até 10 m, onde predominam as palmeiras (Astrocaryum aculeatissimum, Geonoma sp e indivíduos jovens de Euterpe edulis), em conjunto com diversas espécies, a saber: Psychotria nuda, Posoqueria acutifolia, Rheedia gardneriana, Piper rivinoides, Rollinia laurifolia, Annona cacans, Erytroxylum pulchurum, Sorocea guilleminiana, Dahlstedtia pinnata entre outras.

Os estratos superiores a este são de difícil delimitação, com limite superior do intermediário de cerca de dezoito metros, sendo possível a observação das seguintes espécies florestais: Apuleia leiocarpa, Astronium graveolens, Spondias lutea, Alchornea triplinervia, Senna multijuga, Cassia ferruginea, Cordia trichotoma, Pterocarpus rohrii, Schizolobium parhayba, Andira fraxinifolia, Platycyamus regnellii, Myrocarpus frondosus, Cecropia hololeuca, Chorisia speciosa, Gallesia integrifolia, Marlierea edulis, Inga edulis, Piptadenia gonoacantha, Pouroma guianensis, Abarema brachystachya, Jacaratia spinosa, Euterpe edulis entre outras

O superior, que se apresenta descontínuo, possuindo limite superior a 25 metros, apresenta as seguintes árvores: Miconia cinnamomifolia, Pseudopiptadenia contorta, Pseudopiptadenia inaequalis, Pterocarpus rohrii, Chorisia speciosa, Cabralea canjerana, Cedrela fissilis, Centrolobium robustum, Tachigali paratyensis, Astronium graveolens, Moldenhawera polysperma, Lecythis lanceolata, Geissospermum vellosii, Jacaratia spinosa, Virola oleifera. São poucos os indivíduos que emergem deste estrato, tais como Cabralea canjerana, Centrolobium robustum, Cariniana estrellensis, entre outras. É relevante a presença neste tipo de formação de fetos arborescentes do gênero Dicksonia (samambaiaçu), que em conjunto com as epífitas reflete o caráter úmido das florestas tropicais de encosta.

•Formações clímax (em bom estado de conservação): Encontradas no PNMNI nas áreas de difícil acesso, onde quase não há ação antrópica. Nestes trechos a dinâmica florestal deve-se quase que exclusivamente da queda e morte de indivíduos. As principais características desta formação são: os altos diâmetros das árvores do dossel e emergentes; o terceiro estrato ou superior que apresenta alturas entre 20-25 metros, com emergentes superando a marca de 30 metros; e uma variedade maior de espécies no dossel com distribuição mais equilibrada, ou seja, não há nenhuma espécie com alta freqüência a ponto de induzir uma interpretação que configure dominância de qualquer espécie.

A riqueza de espécies nas matas secundárias tardias e clímax é muito maior quando comparadas com as outras formações. É encontradas maior densidade de palmito juçara (Euterpe edulis), por exemplo, principalmente nas matas clímax, sendo um indicador de adiantado estado de conservação da floresta. O dossel nas matas mais maduras é constituído praticamente das mesmas espécies arbóreas citadas para as matas secundárias tardias evidenciando, porém, uma queda nas populações de espécies como o jacatirão (Miconia cinnamomifolia), o angico (Pseodopiptadenia contorta) e o pau-jacaré (Piptadenia gonoacantha).

Além do porte, como citado anteriormente, e da maior densidade do palmito juçara (Euterpe edulis), as matas mais preservadas guardam a ocorrência de espécies mais raras, que por possuírem grande potencial madeireiro não correm nas formações alteradas ou, quando ocorrem, são indivíduos novos. Como exemplo destas espécies pode ser citados: Dalbergia nigra, Mezilaurus navalium, Hymenaea courbaril var. altssima, Virola gardneri, Virola oleifera, Copaifera trapezifolia, Copaifera lucens, Cariniana legalis e Cariniana estrellensis, Geissospermum vellosii, Enterollobium glaziovii, Cedrela fissilis, Peltogyne angustiflora, Pradosia kullmanii, Pouteria cf. torta.

Destaca-se ainda que a flora do PNMNI compõe-se ainda de diversas espécies exóticas introduzidas por sitiantes que lá residiam ou efetuaram plantios em terrenos ao longo da estrada da Cachoeira. As espécies introduzidas vão desde plantas como café (Coffea arabica), bananeira (Musa paradisiaca), limoeiros e laranjas (Citrus spp) até árvores utilizadas na arborização urbana e em reflorestamentos como é o caso do pau-rei (Pterigota brasiliensis), fedegoso (Cassia grandis), sombreiro (Clitoria fairchildiana), flamboyant (Delorix regia), samã (Pithecellobium samam), eucaliptos (Eucalyptus spp) e ciprestes, etc.

Há também muitas frutíferas, como jambo-rosa (Syzygium jambos), goiabeira (Psidium guajava), jaqueiras (Artocarpus integrifolia), abacateiro (Persea gratissima), mangueiras (Mangifera indica) e outras. Além de algumas plantas ornamentais, principalmente nas proximidades do Casarão e ao redor das ruínas do antigo Clube de Campo Dom Felipe. Nestes locais encontram-se trechos de antigas cercas vivas (Hibiscus sp, Malvaviscus sp, etc.), bem como dracenas (Dracena rubra, D. fragans, etc.) e algumas palmeiras exóticas .

Problemas e ameaças

Fontes

1- SEMUAM, Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Urbanismo Plano de Manejo do Parque Municipal de Nova Iguaçu – Versão Resumida –2001

2- Dissertação: Ordenamento da malha de trilhas como subsidio ao zoneamento ecoturístico e manejo de visitantes no Parque Natural Municipal de Nova Iguaçu. Flávio Augusto Pereira Mello. PPGEO-UERJ 2008.