Reserva Natural Salto Morato
A Reserva Natural Salto Morato é uma Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) federal criada e mantida pela Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza.
A rica biodiversidade da Reserva atrai pesquisadores, que têm a sua disposição centro de pesquisa e alojamento. Ao todo, foram mais de 90 estudos realizados em Salto Morato, que promoveram a descoberta e descrição de três novas espécies (dois peixes e um anfíbio).
Além de pesquisadores e turistas, toda a região de Guaraqueçaba é beneficiada pela existência da Reserva Natural Salto Morato. Há programas de educação ambiental voltados para escolas da região e os moradores do município têm entrada gratuita para apreciar os atrativos turísticos da Reserva.
Ao longo dos anos, a Reserva foi consolidada e efetivada como unidade de conservação no contexto municipal, regional, nacional e internacional. Assim, contribui para o fortalecimento do Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC) e também para a geração de conhecimento relacionado ao manejo de unidades de conservação.
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Reserva Natural Salto Morato |
Esfera Administrativa: Federal |
Estado: Parana |
Município: Guaraqueçaba |
Categoria: Reserva Particular do Patrimônio Natural |
Bioma: Mata Atlântica |
Área: 2.253 hectares |
Diploma legal de criação: Portaria IBAMA n° 132 de 7 de dezembro de 1994 |
Coordenação regional / Vinculação: Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza
R. Gonçalves Dias, 225 – Batel Curitiba - PR |
Contatos: morato@fundacaogrupoboticario.org.br
(41) 3375-9671 www.fundacaogrupoboticario.org.br |
Índice
Localização
Está inserida dentro da Área de Proteção Ambiental (APA) de Guaraqueçaba, litoral norte do Paraná, município de Guaraqueçaba, na localidade de Morato. Dista aproximadamente 160 km de Curitiba, capital do Paraná, 90 km da cidade de Antonina e está a 20 km da sede do município de Guaraqueçaba.
Como chegar
De automóvel, o caminho pode ser feito por acesso à BR 277 em direção ao litoral e, no km 30, entrar na PR 408 (Morretes-Antonina), que é asfaltada. Outra alternativa é pegar a BR 116 (Curitiba-São Paulo) até a Estrada da Graciosa (km 60), com trechos de paralelepípedos. Indo pela Estrada da Graciosa, ou pela PR 408, deve-se entrar na PR 440 (Antonina-Cacatu) e, um pouco a frente, acessar a PR 405 (Cacatu-Guaraqueçaba). São cerca de 70 km de estrada de chão e uma placa sinaliza a entrada do Salto Morato.
Para quem gosta de viajar com tranquilidade e apreciando a paisagem, a estrada é uma boa sugestão, passando por povoados e mirantes, em plena Mata Atlântica. Diariamente, partem ônibus de Curitiba em direção a Guaraqueçaba, pela Viação Graciosa. O percurso é completado com uma caminhada de 4,5 km até a Reserva Natural Salto Morato.
Outra opção para se chegar a Guaraqueçaba é ir até Paranaguá, também no litoral paranaense. Lá, há a possibilidade de pegar uma embarcação até Guaraqueçaba. Nesse passeio por baías e mangues, as belezas do litoral paranaense são reveladas. É possível, ainda, ser surpreendido pela presença de golfinhos, comuns na região. É necessário pegar um táxi para fazer o translado de Guaraqueçaba até a Reserva Natural Salto Morato.
Para facilitar no percurso, os viajantes que têm como destino a Reserva Natural Salto Morato podem contar com rotas disponíveis em GPS. A Reserva está no TrackSource, um banco de dados que reúne mapas brasileiros roteáveis em GPS, com cobertura rodoviária de todo o país, além do detalhamento urbano de milhares de municípios brasileiros. Roda em GPS Garmin e em navegadores compatíveis. Para acessar a página e baixar o arquivo, entre em http://www.tracksource.org.br/
Mapas aqui http://tinyurl.com/reserva-morato-google-map
http://tinyurl.com/reserva-morato-mapa-pdf
Ingressos
R$ 10,00 – inteira R$ 5,00 – meia entrada para estudantes e para doadores de sangue (portando carteirinha) A entrada é gratuita para os moradores do município de Guaraqueçaba, menores de 10 anos e maiores de 60 anos.
Onde ficar
A Reserva Natural Salto Morato dispõe de um alojamento com camas, cozinha e banheiros, destinado a grupos organizados que tenham como objetivo a conservação da natureza (aulas de campo, visitas técnicas, reunião de entidades e redes que debatem a causa da conservação). Para hospedar-se, é necessário entrar em contato previamente com a equipe do local e verificar a disponibilidade do espaço. pessoa.
A Reserva também possui estrutura para camping, a qual comporta até 30 pessoas em barracas. Churrasqueiras e banheiros com chuveiro quente também estão à disposição de campistas. A diária é de R$ 15,00 por pessoa e o agendamento precisa ser feito com antecedência.
Além disso, existem diversas opções de pousadas no município de Guaraqueçaba.
Objetivos específicos da unidade
A Reserva Natural Salto Morato possui seu Plano de Manejo e, embora seja uma RPPN, sua gestão segue a concepção de parque nacional como categoria de manejo. Seus principais objetivos são: conservar a biodiversidade e os processos ecológicos, incentivar a pesquisa científica, propiciar o uso público e incentivar educação para a conservação.
Histórico
Em 1994, a Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza adquiriu sua primeira área natural, em Guaraqueçaba (PR), no litoral norte do Paraná, dentro do maior e mais preservado remanescente contínuo de Mata Atlântica do país, o bioma mais ameaçado do Brasil. As terras foram selecionadas com o apoio técnico da Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental (SPVS), compradas com o apoio financeiro da ONG The Nature Conservancy (TNC) e transformadas na Reserva Natural Salto Morato. Desde então, os investimentos em implantação e manutenção da Reserva, assim como a gestão da área, são de responsabilidade exclusiva da Fundação Grupo Boticário.
No mesmo ano de sua aquisição, a área foi reconhecida como Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN), sendo uma das primeiras propriedades particulares do Paraná a obter este título. A Reserva é também a quarta unidade de conservação mais antiga de Guaraqueçaba e a primeira RPPN do município.
Em 1998, foi adquirida uma nova área contígua a anterior, nas porções mais altas da Serra do Morato. Com a nova aquisição, a área total da Reserva passou a ter 2.253,83 ha.
Dois anos depois de sua aquisição, em 1996, a Reserva Natural Salto Morato foi aberta para visitação. Em 1999, junto com outras unidades de conservação da região, foi reconhecida pela Unesco como Sítio do Patrimônio Natural da Humanidade.
O Plano de Manejo da Reserva Natural Salto Morato teve sua última revisão em 2011 e vem sendo implementado em seus diversos programas de manejo. Mais informações podem ser encontradas no documento completo do plano de manejo, disponível no site da Fundação Grupo Boticário (www.fundacaogrupoboticario.org.br), na seção O que fazemos > Reservas Naturais > Reserva Natural Salto Morato > Downloads.
Atrações
Em 1996, a Reserva Natural Salto Morato foi aberta à visitação e hoje é uma das principais atrações do litoral norte do Paraná, além de ter sido indicada como roteiro turístico de destaque nacional no Guia Quatro Rodas dos anos de 2012, 2013 e 2014. Desde sua abertura ao público, mais de cem mil pessoas de diversos estados brasileiros e países passaram pela RPPN.
O principal atrativo da Reserva é a queda d’água que deu origem ao nome da RPPN: o Salto Morato, cachoeira de aproximadamente cem metros de altura, cujas águas formam mais à frente um aquário natural, no qual o visitante tem oportunidade de nadar junto a inúmeras espécies de peixes de água doce. Outra beleza natural é uma figueira centenária, que lança suas raízes a seis metros de comprimento formando um arco sobre o Rio do Engenho.
O acesso ao Salto Morato e à Figueira é feito por trilhas demarcadas, com painéis interpretativos e sinalização. No caminho, observa-se a exuberante vegetação da Mata Atlântica, que abriga centenas de espécies, muitas ameaçadas de extinção.
A Reserva também é um local propício à observação de aves: em 2010, o local foi indicado pela Rede Avistar como sítio adequado para a prática dessa atividade. Salto Morato conta com 325 espécies de aves catalogadas, o que corresponde a 43% da lista paranaense.
Outros atrativos complementam os naturais. No Centro de Visitantes, o turista recebe informações sobre a Reserva. Também estão disponíveis sanitários, quiosques para churrascos ou piqueniques e espaço para acampamento para quem pretende pernoitar.
Aspectos naturais
A Reserva Natural Salto Morato está inserida dentro da Área de Proteção Ambiental (APA) de Guaraqueçaba, litoral norte do Paraná, dentro do maior e mais preservado remanescente contínuo de Mata Atlântica do país, numa região reconhecida pela sua riqueza natural e beleza cênica.
As formações vegetais existentes na RPPN incluem-se nos domínios da Floresta Ombrófila Densa, nas variações Altomontana, Montana, Submontana e Aluvial. Esse tipo de vegetação apresenta-se sob diferentes paisagens, que se modificam ao longo do gradativo aumento de altitude e, dessa forma, as plantas ocorrentes e a aparência geral do ambiente mudam pouco a pouco, pelo efeito da consequente variação de clima e relevo.
Relevo e clima
Aspectos físicos - A Reserva Natural Salto Morato está inserida numa região que revela uma história geológica de mais de dois bilhões de anos. Essa evolução geológica, associada a condicionantes climáticas e geomorfológicas, possibilitaram a configuração atual de geodiversidade existente na Reserva, repleta de serras, zonas de planícies, variedade de rochas e solos, intrincada rede hídrica e com várias cascatas e cachoeiras que, por sua vez, condicionaram e favoreceram o desenvolvimento da significativa biodiversidade local.
Aspectos climáticos - De forma geral, o clima local pode ser caracterizado por dois períodos distintos: um período menos chuvoso e frio, de maio a setembro; e outro chuvoso e quente, no restante do ano. A média anual de temperatura varia entre 17 e 21ºC, sendo a média de temperaturas máximas de 24-26ºC e das mínimas de 13-17ºC. Os índices pluviométricos são elevados, sendo que a média da pluviosidade oscila em função da gradação altitudinal, entre 2.000 e 3.000 mm anuais, chegando no trimestre mais chuvoso (dezembro, janeiro e fevereiro) a valores entre 600 e 800 mm. Já nos meses menos chuvosos (junho, julho, agosto), a precipitação não ultrapassa os 400 mm (IAPAR, 2005). Em média, a umidade relativa do ar é de 85%.
Fauna e flora
Fauna - Estudos identificaram na Reserva a presença de 325 espécies de aves (43% da avifauna ocorrente no estado do Paraná e 18% da brasileira); 61 anfíbios, 55 peixes, 36 répteis e 93 mamíferos entre felinos, roedores, primatas, entre outros. Várias espécies ameaçadas de extinção em nível nacional ocorrem na Reserva, como jacutinga, macuco, onça-parda, cateto e jaguatirica.
Flora - A vegetação da Reserva é composta por Floresta Ombrófila Densa Atlântica, nas formações Aluvial, Submontana, Montana e Altomontana, com altitude variando de 25 a 918 metros. Algumas áreas, principalmente na planície em que a vegetação característica é de Florestas de Terras Baixas, apresentam vegetação em fases secundárias de sucessão, mas a maior parte da área pode ser classificada como vegetação primária variando de pouco alterada a alterada. A lista de espécies vegetais já identificadas na Reserva Natural Salto Morato chega a 646 espécies vasculares e não vasculares, pertencentes a 118 famílias botânicas.
Entre os atrativos da flora na Reserva, destaca-se uma figueira centenária, que lança suas raízes a seis metros de comprimento formando um arco sobre o Rio do Engenho. A árvore pode ser visitada a partir de uma trilha autoguiada em meio à mata.
Problemas e ameaças
Invasão por espécies exóticas - Devido ao uso agropecuário e à ocupação humana anterior à sua efetivação como RPPN, encontram-se em meio à Reserva Natural Salto Morato porções cobertas com espécies forrageiras exóticas, como braquiária, capim-gordura e outras, bem como arbóreas exóticas, especialmente frutíferas, como goiabeiras e limoeiros, que são objeto de ações de controle.
Trilhas utilizadas na retirada ilegal de palmito e caça - Nas rondas realizadas pelos funcionários, verificou-se a presença de trilhas em meio à vegetação, abertas e mantidas por caçadores e palmiteiros da região. Como essas práticas acarretam em danos à flora e à fauna, a Reserva desenvolve ações para ampliar ação de vigilância.