Mudanças entre as edições de "Reserva Biológica Federal do Tinguá"

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Conforme preconiza a Lei 9.985/2000, que criou o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza (Snuc), em seu artigo 10º a reserva biológica é uma unidade de conservação do grupo de proteção integral e tem como objetivo a preservação da biota (conjunto de seres vivos) e demais atributos naturais existentes em seus limites, sem interferência humana direta ou modificações ambientais, excetuando-se as medidas de recuperação de seus ecossistemas.
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==Nome da Unidade==
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As reservas biológicas são de posse e domínio públicos, portanto, áreas particulares que estejam incluídas em seus limites antes da data de criação devem ser desapropriadas. A visitação só é permitida para fins educacionais ou para a pesquisa científica, desde que autorizada pelo ICMBio.
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|Objectives=Preservação integral da biota e demais atributos naturais existentes em seus limites, sem interferência humana direta ou modificações ambientais, excetuando-se as medidas de recuperação de seus ecossistemas alterados e as ações de manejo necessárias para recuperar e preservar o equilíbrio natural, a diversidade biológica e os processos ecológicos naturais.
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|History=Criada pelo Decreto Federal nº 97.780, a Reserva Biológica do Tinguá abrange uma área de 24.812,9 hectares. Localizada entre a Baixada Fluminense e a Serra do Mar, compreende os municípios de Nova Iguaçu (onde fica a sede administrativa), Duque de Caxias, Miguel Pereira e Petrópolis, distando 70 km da cidade do Rio e 16 km do centro de Nova Iguaçu, limite norte da Baixada Fluminense. O acesso à Rebio é feito pela Vila de Cava, distrito de Nova Iguaçu.
  
==Esfera Administrativa==
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A Rebio foi criada com o objetivo de proteger a Mata Atlântica e os demais recursos naturais, com especial atenção para os recursos hídricos, e também para garantir o desenvolvimento de pesquisas científicas e ações de educação ambiental.
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==Estado==
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|Natural aspects=A Rebio do Tinguá preserva em seu interior um grande número de nascentes que formam as principais bacias hidrográficas do estado do Rio de Janeiro. A unidade é de vital importância para a conservação dos mananciais responsáveis pelo abastecimento de parte do estado, em especial de quase 80% da Baixada Fluminense, com benefício direto para a população que utiliza este recurso.
  
==Município==
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Os rios que nascem na região da Reserva Biológica do Tinguá abrangem a bacia da Baía de Guanabara, das lagoas metropolitanas e zona costeira adjacente, a bacia contribuinte e a Baía de Sepetiba, a bacia do Rio Paraíba do Sul e zona costeira adjacente.
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A primeira macrorregião é dividida em cinco sub-regiões, correspondendo a Baía de Guanabara, Baixada de Jacarepaguá, riachos urbanos do Rio de Janeiro, bacias hidrográficas de Niterói e sistema lagunar de Maricá. Dentro dessa macrorregião, os rios que drenam a Rebio do Tinguá desaguam na sub-região da Baía de Guanabara, através dos rios Estrela e Iguaçu.
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Já nas bacias contribuintes da Baía de Sepetiba, os rios que nascem na Rebio do Tinguá são o Rio Santana e o Rio São Pedro, que desaguam no rio Guandu. Já em relação à bacia do Rio Paraíba do Sul e zona costeira adjacente, os rios que drenam a Rebio desaguam na sub-região do trecho médio através do rio Piabanha.
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==Área==
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Entre as espécies ameaçadas protegidas nesta Unidade de Conservação estão: Gavião-pomba (Amadonastur lacernulatus), Muriqui-do-sul (Brachyteles arachnoides), Gato-maracajá (Leopardus pardalis mitis),  Choquinha-pequena (Myrmotherula minor), Morcego vermelho (Myotis ruber), Onça-parda (Puma concolor capricornensis), Tiriba (Pyrrhura leucotis), Saudade-de-asa-cinza (Tijuca condita), Águia-cinzenta (Urubutinga coronata).
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==Diploma legal de criação==
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==Coordenação regional / Vinculação==
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Entre as 563 espécies arbóreas encontradas na ReBio Tinguá, uma foi recém descrita e é endêmica da ReBio, cientificamente chamada de  ''Simira walteri''. O nome faz referência a Walter, antigo caçador e atualmente guia que conduz os pesquisadores pela mata para seus estudos e análises.
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==Contatos==
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A madeira tapinhoã, a bromélia e o mineral tinguaíto, endêmicos na região, também comprovam a exuberância e a riqueza da biodiversidade do lugar. Na Baixada Fluminense, em particular nos rios maiores, existem condições de habitat que suportam a ocorrência de cágados (Hydromedusa tectifera e Phrynops geoffroanus). Lagoas rasas, charcos, áreas alagadiças e brejos localizados no território da baixada são habitats importantes para anfíbios e fundamentais para a reprodução.
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==Localização==
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Nas porções bem drenadas podem ser encontrados exemplares de Alchornea triplinervia (tanheiro), Croton sp. (sangue-de-drago), Ficus organensis (figueira-do-brejo), Tabebuia sp. (ipê-do-brejo), Virola sp. (bicuíba), Xilopia sp. (pindaíba), Cordia sp. (freijó), Piptadenia gonoacantha (pau jacaré), Parapiptadenia sp. (angico-branco) em meio à ocorrência generalizada de indivíduos das famílias Palmae, Bromeliaceae, Orchidaceae, além de Pteridophytae.
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==Como chegar==
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São relatadas, ainda, as espécies murici ou Vochysia tucanorum (pau-de-tucano); Talauma organensis (baguaçu); Parkia sp. (faveira); Miconia theaezans (jacatirão); Plathymenia foliolosa, Alchornea triplinervia, Nectandra sp. e Ocotea sp. (canelas), Croton sp. (sangue-de-dragão); pela ocorrência de Euterpe edulis (palmito) – espécie cada vez mais rara; Geonoma sp. e também do xaxim (Dicksonia sellowiana), ameaçado de extinção.
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==Ingressos==
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==Onde ficar==
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==Objetivos específicos da unidade==
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Dentre as aves paludícolas (que vivem em charcos e lagoas), é comum na Rebio a ocorrência da Gallimula chloropus (frango d'água), o Rallus nigricans (saracuraanã), o Casmerodius albus (garça-branca), o Butoridas siniatus (socózinho), a Jaçana jaçana (jaçanã), o Dendrocygna viduata (irerê), a Fluvicola leucocephala (viuvinha) e a Fluvicola nangeta (lavadeira).
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==Histórico==
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Há ainda a presença de carnívoros – o Cerdocyon thous (cachorro-do-mato), muito comum em toda a Mata Atlântica e com ampla distribuição no Brasil; o Procyon cancrivorus (guaxinim); o Conepatus chinga (aramcabé), a Eira barbara (irara), o Leopardus pardalis (jaguatirica), o Leopardus tigrinus (gato-do-mato) e o Herpailurus yaguarondi (jaguarundi).
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==Atrações==
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Os mais antigos contam histórias de caça da onça parda (Puma concolor) e da onça-pintada (Panthera onca). Na região foram registradas duas espécies de artiodáctilos (que tem os dedos em número par): a Mazama americana (veadomateiro) e a Pecari tajacu (caititu). São espécies tidas como os maiores herbívoros e intensamente procuradas por caçadores.
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==Aspectos naturais==
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Entre os primatas, são citados os sagüis Callitrix aurita, C. jacchus e C. pennicillata, o Alouatta fusca (bugio) e o Cebus apella (macaco-prego). Os sagüis C. jacchus e C. pennicillata são exóticos, originários do Norte-Nordeste brasileiro. O macaco-prego é espécie rara, sobrevivendo somente em trechos pouco alterados da Serra do Tinguá. Os bugios sobrevivem devido à sua capacidade de adaptação a áreas alteradas.
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|Threats and problems=Hoje a reserva está fortemente ameaçada por caçadores que matam animais silvestres para vender carnes exóticas ou os capturam para inclusive exportar. Grandes empresas poluidoras contribuem para a degradação ambiental. Existe até um aterro sanitário, que beira a reserva, onde ilegalmente foram despejados resíduos altamente tóxicos. A população que vive em torno da reserva tem problemas com a contaminação do lençol d'água que consome.
  
==Relevo e clima==
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Também são ameaças à Rebio do Tinguá os palmiteiros, ladrões de areia, pedreiras clandestinas, passarinheiros e carvoeiros que contribuem para a destruição da flora e fauna locais.
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==Fauna e flora==
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Ao todo, segundo último levantamento feito na reserva, existem 350 famílias morando no interior da Rebio do Tinguá, que possui titularidade de sua terra toda regularizada.
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==Problemas e ameaças==
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A urbanização do entorno e suas decorrências como o lixo, as descargas orgânicas, o assoreamento e a erosão das margens dos corpos hídricos e as atividades de lazer (com barramentos artificiais nos rios e cachoeiras) estão exigindo demais dos recursos ambientais já pressionados.
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==Fontes==
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Os núcleos urbanos próximos à Reserva Biológica do Tinguá, tais como Jaceruba, Rio D'ouro, Santo Antônio, Tinguá e Xerém, crescem gerando aglomerações urbanas dependentes do núcleo central do município, como é o caso de Xerém.
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Edição atual tal como às 13h39min de 16 de janeiro de 2018

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Reserva Biológica Federal do Tinguá
Esfera Administrativa: Federal
Estado: Rio de Janeiro
Município: Nova Iguaçu, Duque de Caxias, Petrópolis e Miguel Pereira
Categoria: Reserva Biológica
Bioma: Mata Atlântica
Área: 24.812,9 hectares
Diploma legal de criação: Dec nº 97.780 de 23 de maio de 1989
Coordenação regional / Vinculação: CR8 -Rio de Janeiro
Contatos: Estrada do Comércio, 3400 - Tinguá Nova Iguaçu/RJ – CEP: 26.063-630

TELEFONE:(21) 3767-7009 / VOIP (61) 3103-9906

Localização

Estrada do Comércio, 3400 - Tinguá Nova Iguaçu/RJ

Como chegar

Ingressos

A visitação não é permitida, a não ser para fins educacionais. Visitas guiadas em trilha circular na região da sede com turmas de colégios previamente agendadas.

Conforme preconiza a Lei 9.985/2000, que criou o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza (Snuc), em seu artigo 10º a reserva biológica é uma unidade de conservação do grupo de proteção integral e tem como objetivo a preservação da biota (conjunto de seres vivos) e demais atributos naturais existentes em seus limites, sem interferência humana direta ou modificações ambientais, excetuando-se as medidas de recuperação de seus ecossistemas.

As reservas biológicas são de posse e domínio públicos, portanto, áreas particulares que estejam incluídas em seus limites antes da data de criação devem ser desapropriadas. A visitação só é permitida para fins educacionais ou para a pesquisa científica, desde que autorizada pelo ICMBio.

Onde ficar

Objetivos específicos da unidade

Preservação integral da biota e demais atributos naturais existentes em seus limites, sem interferência humana direta ou modificações ambientais, excetuando-se as medidas de recuperação de seus ecossistemas alterados e as ações de manejo necessárias para recuperar e preservar o equilíbrio natural, a diversidade biológica e os processos ecológicos naturais.

Histórico

Criada pelo Decreto Federal nº 97.780, a Reserva Biológica do Tinguá abrange uma área de 24.812,9 hectares. Localizada entre a Baixada Fluminense e a Serra do Mar, compreende os municípios de Nova Iguaçu (onde fica a sede administrativa), Duque de Caxias, Miguel Pereira e Petrópolis, distando 70 km da cidade do Rio e 16 km do centro de Nova Iguaçu, limite norte da Baixada Fluminense. O acesso à Rebio é feito pela Vila de Cava, distrito de Nova Iguaçu.

A Rebio foi criada com o objetivo de proteger a Mata Atlântica e os demais recursos naturais, com especial atenção para os recursos hídricos, e também para garantir o desenvolvimento de pesquisas científicas e ações de educação ambiental.

A Reserva Biológica do Tinguá está inscrita, desde março de 1991, como Reserva da Biosfera, reconhecida pela Unesco.

Atrações

No seu interior, em local não aberto à visitação pública, encontram-se as ruínas da freguesia de Santana das Palmeiras, povoação que foi abandonada no final do século XIX.

Aspectos naturais

A Rebio do Tinguá preserva em seu interior um grande número de nascentes que formam as principais bacias hidrográficas do estado do Rio de Janeiro. A unidade é de vital importância para a conservação dos mananciais responsáveis pelo abastecimento de parte do estado, em especial de quase 80% da Baixada Fluminense, com benefício direto para a população que utiliza este recurso.

Os rios que nascem na região da Reserva Biológica do Tinguá abrangem a bacia da Baía de Guanabara, das lagoas metropolitanas e zona costeira adjacente, a bacia contribuinte e a Baía de Sepetiba, a bacia do Rio Paraíba do Sul e zona costeira adjacente.

A primeira macrorregião é dividida em cinco sub-regiões, correspondendo a Baía de Guanabara, Baixada de Jacarepaguá, riachos urbanos do Rio de Janeiro, bacias hidrográficas de Niterói e sistema lagunar de Maricá. Dentro dessa macrorregião, os rios que drenam a Rebio do Tinguá desaguam na sub-região da Baía de Guanabara, através dos rios Estrela e Iguaçu.

Já nas bacias contribuintes da Baía de Sepetiba, os rios que nascem na Rebio do Tinguá são o Rio Santana e o Rio São Pedro, que desaguam no rio Guandu. Já em relação à bacia do Rio Paraíba do Sul e zona costeira adjacente, os rios que drenam a Rebio desaguam na sub-região do trecho médio através do rio Piabanha.

Relevo e clima

Fauna e flora

A Rebio do Tinguá está inserido no Corredor de Biodiversidade da Serra do Mar, que é uma das áreas mais ricas em diversidade biológica da Mata Atlântica.A Reserva Biológica do Tinguá é considerada como de extrema importância biológica para a conservação de mamíferos, aves, répteis, anfíbios, além da flora e dos recursos abióticos (água, solo, paisagem, etc) de acordo com o relatório “Avaliação e ações prioritárias para conservação da Mata Atlântica e Campos Sulinos”, produzido em 2000 pelo Ministério do Meio Ambiente e outras instituições.

Entre as espécies ameaçadas protegidas nesta Unidade de Conservação estão: Gavião-pomba (Amadonastur lacernulatus), Muriqui-do-sul (Brachyteles arachnoides), Gato-maracajá (Leopardus pardalis mitis), Choquinha-pequena (Myrmotherula minor), Morcego vermelho (Myotis ruber), Onça-parda (Puma concolor capricornensis), Tiriba (Pyrrhura leucotis), Saudade-de-asa-cinza (Tijuca condita), Águia-cinzenta (Urubutinga coronata).

Flora

Entre as 563 espécies arbóreas encontradas na ReBio Tinguá, uma foi recém descrita e é endêmica da ReBio, cientificamente chamada de Simira walteri. O nome faz referência a Walter, antigo caçador e atualmente guia que conduz os pesquisadores pela mata para seus estudos e análises.

A madeira tapinhoã, a bromélia e o mineral tinguaíto, endêmicos na região, também comprovam a exuberância e a riqueza da biodiversidade do lugar. Na Baixada Fluminense, em particular nos rios maiores, existem condições de habitat que suportam a ocorrência de cágados (Hydromedusa tectifera e Phrynops geoffroanus). Lagoas rasas, charcos, áreas alagadiças e brejos localizados no território da baixada são habitats importantes para anfíbios e fundamentais para a reprodução.

Nas porções bem drenadas podem ser encontrados exemplares de Alchornea triplinervia (tanheiro), Croton sp. (sangue-de-drago), Ficus organensis (figueira-do-brejo), Tabebuia sp. (ipê-do-brejo), Virola sp. (bicuíba), Xilopia sp. (pindaíba), Cordia sp. (freijó), Piptadenia gonoacantha (pau jacaré), Parapiptadenia sp. (angico-branco) em meio à ocorrência generalizada de indivíduos das famílias Palmae, Bromeliaceae, Orchidaceae, além de Pteridophytae.

São relatadas, ainda, as espécies murici ou Vochysia tucanorum (pau-de-tucano); Talauma organensis (baguaçu); Parkia sp. (faveira); Miconia theaezans (jacatirão); Plathymenia foliolosa, Alchornea triplinervia, Nectandra sp. e Ocotea sp. (canelas), Croton sp. (sangue-de-dragão); pela ocorrência de Euterpe edulis (palmito) – espécie cada vez mais rara; Geonoma sp. e também do xaxim (Dicksonia sellowiana), ameaçado de extinção.

Fauna

Na Rebio, foi descoberto o menor anfíbio do mundo, o sapo-pulga. A façanha coube ao pesquisador Eugenio Izecksohn, da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro.

Dentre as aves paludícolas (que vivem em charcos e lagoas), é comum na Rebio a ocorrência da Gallimula chloropus (frango d'água), o Rallus nigricans (saracuraanã), o Casmerodius albus (garça-branca), o Butoridas siniatus (socózinho), a Jaçana jaçana (jaçanã), o Dendrocygna viduata (irerê), a Fluvicola leucocephala (viuvinha) e a Fluvicola nangeta (lavadeira).

Há ainda a presença de carnívoros – o Cerdocyon thous (cachorro-do-mato), muito comum em toda a Mata Atlântica e com ampla distribuição no Brasil; o Procyon cancrivorus (guaxinim); o Conepatus chinga (aramcabé), a Eira barbara (irara), o Leopardus pardalis (jaguatirica), o Leopardus tigrinus (gato-do-mato) e o Herpailurus yaguarondi (jaguarundi).

Os mais antigos contam histórias de caça da onça parda (Puma concolor) e da onça-pintada (Panthera onca). Na região foram registradas duas espécies de artiodáctilos (que tem os dedos em número par): a Mazama americana (veadomateiro) e a Pecari tajacu (caititu). São espécies tidas como os maiores herbívoros e intensamente procuradas por caçadores.

Entre os primatas, são citados os sagüis Callitrix aurita, C. jacchus e C. pennicillata, o Alouatta fusca (bugio) e o Cebus apella (macaco-prego). Os sagüis C. jacchus e C. pennicillata são exóticos, originários do Norte-Nordeste brasileiro. O macaco-prego é espécie rara, sobrevivendo somente em trechos pouco alterados da Serra do Tinguá. Os bugios sobrevivem devido à sua capacidade de adaptação a áreas alteradas.

Problemas e ameaças

Hoje a reserva está fortemente ameaçada por caçadores que matam animais silvestres para vender carnes exóticas ou os capturam para inclusive exportar. Grandes empresas poluidoras contribuem para a degradação ambiental. Existe até um aterro sanitário, que beira a reserva, onde ilegalmente foram despejados resíduos altamente tóxicos. A população que vive em torno da reserva tem problemas com a contaminação do lençol d'água que consome.

Também são ameaças à Rebio do Tinguá os palmiteiros, ladrões de areia, pedreiras clandestinas, passarinheiros e carvoeiros que contribuem para a destruição da flora e fauna locais.

Ao todo, segundo último levantamento feito na reserva, existem 350 famílias morando no interior da Rebio do Tinguá, que possui titularidade de sua terra toda regularizada.

A urbanização do entorno e suas decorrências como o lixo, as descargas orgânicas, o assoreamento e a erosão das margens dos corpos hídricos e as atividades de lazer (com barramentos artificiais nos rios e cachoeiras) estão exigindo demais dos recursos ambientais já pressionados.

Os núcleos urbanos próximos à Reserva Biológica do Tinguá, tais como Jaceruba, Rio D'ouro, Santo Antônio, Tinguá e Xerém, crescem gerando aglomerações urbanas dependentes do núcleo central do município, como é o caso de Xerém.

A expansão dessas áreas se dá na informalidade, nas encostas, à margem de estradas e nas áreas aluviais dos rios, com todos os efeitos decorrentes desse tipo de ocupação. A ocupação da área do entorno da Rebio, notadamente na sua porção leste, continua em expansão, pelas condições de mercado próprias de informalidade sem qualquer observância da Lei do Snuc e das normas de edificação e ambientais.

Fontes

http://www.icmbio.gov.br/portal/images/stories/imgs-unidades-coservacao/rebio_tingua.pdf
TINGUÁ CONSERVA PEDAÇO DE MATA ATLÂNTICA. Matéria ICMBio