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| |State=Santa Catarina | | |State=Santa Catarina |
| |Region=Sul | | |Region=Sul |
− | |City=Alfredo Wagner, | + | |City=Alfredo Wagner, |
| + | |Category=Reserva Particular do Patrimônio Natural |
| |Biome=Mata Atlântica | | |Biome=Mata Atlântica |
− | |Area=53,5 ha | + | |Area=53,5 hectares |
| |Legal documents=Reserva Rio das Furnas I: Portaria IBAMA nº 61, de 16 de abril de 2002 - 10ha | | |Legal documents=Reserva Rio das Furnas I: Portaria IBAMA nº 61, de 16 de abril de 2002 - 10ha |
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| Reserva Rio das Furnas II: Portaria ICMBio 168, de 11 de março de 2013 - 43,5ha | | Reserva Rio das Furnas II: Portaria ICMBio 168, de 11 de março de 2013 - 43,5ha |
− | |Contacts=Renato Rizzaro e Gabriela Giovanka | + | |Contacts=reserva@riodasfurnas.org.br / www.riodasfurnas.org.br |
| |Location=(UTM) 6.936.900 N e 680.100 - 80 km de Florianópolis, 145 km de Lages, e 187 km de Blumenau. | | |Location=(UTM) 6.936.900 N e 680.100 - 80 km de Florianópolis, 145 km de Lages, e 187 km de Blumenau. |
| |How to get there=A Reserva não está aberta à visitação, somente para pesquisas e estágios. | | |How to get there=A Reserva não está aberta à visitação, somente para pesquisas e estágios. |
− | |Objectives=Preservação, conservação, pesquisas, estágios. | + | |Tickets=Fechada ao público. |
− | |History=A área foi adquirida por Renato Rizzaro e Gabriela Giovanka, em 2001. Até então, a propriedade era usada para a criação de gado, além do cultivo de cebola e milho. O plantio de cebola era principalmente realizado em toda parte Oeste da propriedade, inclusive em áreas bastante inclinadas e próximas ao | + | |Where to stay=Para pesquisadores e estagiários: casa com dois quartos pequenos (4 pessoas) e um rancho com um quarto e banheiro (2 pessoas). |
− | Rio das Furnas, principal rio da propriedade. Nos plantios de cebolas são utilizados muitos
| + | |Objectives=Conservação e incentivo para pesquisas científicas e estágios. |
− | agrotóxicos e de acordo com os proprietários a contaminação de rios e solos na região é
| + | |History=A área foi adquirida por Renato Rizzaro e Gabriela Giovanka no ano de 2001. Até então, era utilizada para o cultivo de cebola e milho e a criação de gado. Por ser a última propriedade localizada no interior de um cânion, grande parte de seu relevo não pôde ser aproveitado para a agricultura e pastagem, característica que possibilitou que algumas áreas com vegetação nativa permanecessem conservadas. Além disso, o solo pobre e raso não permitiu um cultivo excessivo no mesmo local facilitando a recuperação das áreas deixadas para descanso, de forma lenta mas progressiva. |
− | bastante acentuada.
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− | Por ser a última propriedade localizada no interior de um cânion, não era valorizada, pois
| + | Quando adquirida, a propriedade já possuía duas pequenas edificações na parte mais plana em proximidade da divisa Oeste. Uma delas, a pequenina casa construída com madeira de araucária na década de 40, foi reformada e se tornou a moradia dos proprietários durante nove anos, de 2001 a 2010. O rancho, utilizado para guardar as colheitas anuais de cebola, também passou por reformas e atualmente tem um quarto para duas pessoas, banheiro, depósito, ''atelier'' e garagem. |
− | não tinha muitas áreas aproveitáveis para agricultura e pastagem. Essa dificuldade é que
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− | possibilitou que muitas das áreas com vegetação nativa fossem conservadas. Outro fator
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− | que contou positivamente para a conservação da área foi o solo pobre e raso, que fazia com
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− | que a agricultura fosse viável apenas por alguns anos, sendo necessário deixar a terra
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− | descansar. Isso permitiu que algumas das áreas anteriormente cultivadas pudessem se
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− | recuperar de forma lenta, mas progressiva.
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− | Quando o casal adquiriu a propriedade, esta possuía duas pequenas edificações na parte
| + | Desde o início Renato e Gabriela realizaram atividades de Educação Ambiental na escola da comunidade de São Leonardo e no PETI (Programa de Erradicação do Trabalho Infantil, em parceria com a Secretaria Municipal de Educação e Prefeitura Municipal de Alfredo Wagner. |
− | mais plana em proximidade da divisa Oeste. Uma das edificações era uma pequena
| + | Envolvendo várias pessoas da comunidade e a Prefeitura Municipal, também realizaram o primeiro mutirão de limpeza dos rios das Furnas, Adaga e Araçá e a visita à Santa Rosa de Lima para o conhecimento das atividades de agroecologia e turismo sustentável realizadas por agricultores desta cidade. Em 2011, já em parceria com a SPVS, a Reserva promoveu uma oficina de Educação Ambiental para os professores da rede municipal de Alfredo Wagner. |
− | moradia erguida manualmente com madeira de araucária na década de 40. Parte da
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− | comunidade de São Leonardo considerava essa edificação como assombrada, um lugar | |
− | onde ninguém gostava de ficar. Após a aquisição da área, esta antiga casa sofreu reformas
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− | substanciais e foi moradia dos proprietários por nove anos, de 2001 a 2010. A segunda edificação era utilizada como depósito para guardar as colheitas de cebola, sendo também reformada após a aquisição. Atualmente tem função de depósito, atelier, garagem e escritório.
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− | Os proprietários decidiram adquirir a propriedade para realizar o sonho de possuir um estilo
| + | Entre janeiro de 2009 até dezembro de 2013, a Reserva fez parte do “Programa Desmatamento Evitado”, idealizado e executado pela SPVS e que tem como estratégia de ação a aliança entre empresas e proprietários de florestas bem conservadas. |
− | de vida diferenciado, com mais qualidade de vida e principalmente muito contato com a | |
− | natureza. Ambos são admiradores e estudiosos da natureza. Renato Rizzaro é designer e
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− | fotógrafo e Gabriela Giovanka tem Especialização em Naturologia Aplicada. O casal vê na
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− | aquisição e conservação da área um gesto de complementação de ações que colaboram
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− | para a continuidade da biodiversidade e dos ambientes naturais do Estado de Santa
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− | Catarina. Preocupados com o desmatamento, caça, escassez de água potável e com o
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− | estado de degradação do município de Alfredo Wagner, além de cuidar da propriedade em
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− | prol de sua conservação, também realizaram atividades de educação ambiental na escola da
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− | comunidade de São Leonardo e no PETI (Programa de Erradicação do Trabalho Infantil, em
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− | Alfredo Wagner). Já realizaram mutirão de limpeza dos rios das Furnas, Adaga e Araçá,
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− | Oficina de Jardinagem Ecológica e passeio a Santa Rosa de Lima com agricultores para
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− | conhecer o plantio orgânico. Ambos com apoio da Prefeitura de Alfredo Wagner.
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− | Toda a propriedade foi integrada, de janeiro de 2009 até dezembro de 2013, ao “Programa Desmatamento Evitado”, idealizado e executado pela SPVS, que tem como estratégia de ação a construção de alianças entre empresas e proprietários de florestas bem conservadas. Estas alianças
| + | Em janeiro de 2010 a área sofreu uma tempestade violenta (aprox. 170mm em 3h40m) que destruiu o acesso e deixou as estradas frágeis, o que inviabilizou a visitação, embora a defesa civil tenha recuperado parte dos estragos causados. A última ponte que dá acesso á Reserva está em situação precária até o momento (junho/14) |
− | culminam com a adoção dos remanescentes florestais por empresas (adotantes),
| + | |Features=Programa da Terra da Gente/EPTV (em duas partes),: |
− | beneficiando os proprietários rurais (adotados), propiciando a manutenção e conservação
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− | dos ecossistemas nativos.
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| + | http://globotv.globo.com/eptv-sp/terra-da-gente-eptv/v/terra-da-gente-rio-das-furnas-bloco-1/2485962/ |
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| + | http://globotv.globo.com/eptv-sp/terra-da-gente-eptv/v/terra-da-gente-rio-das-furnas-bloco-2/2486045/ |
| |Geography and climate=Geomorfologia e Relevo | | |Geography and climate=Geomorfologia e Relevo |
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− | A região onde se insere a Reserva é caracterizada pela unidade geomorfológica Patamares do
| + | Esta inserida numa região caracterizada pela unidade geomorfológica Patamares do Alto Rio Itajaí. Situa-se na parte interna de um pequeno cânion em forma de “U” cuja abertura está voltada para Oeste. O Rio das Furnas atravessa o cânion passando pelo meio da propriedade, onde a altitude pode atingir em torno de 750 m s.n.m. |
− | Alto Rio Itajaí. Esta destaca-se pela intensa dissecação com patamares e vales estruturais, cujo maior exemplo é o vale do Rio Itajaí do Norte. | + | |
− | A presença de extensos patamares e relevos residuais de topo plano limitados por
| + | É delimitada por platôs, nos quais a altitude pode chegar a 900 m s.n.m., abrigando diversas nascentes que correm pelos paredões do cânion para o interior do Rio das Furnas em forma de belas cachoeiras. As encostas do vale são íngremes sendo as escarpas em degraus visíveis de alguns pontos dos platôs. |
− | escarpas, deve-se às litologias de diferentes resistências à erosão: os arenitos são mais
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− | resistentes à erosão, enquanto os folhelhos, mais facilmente erodidos.
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− | O relevo apresenta grandes variações altimétricas, com cotas que variam de 700 a 1.220 m,
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− | sendo que as menores altitudes estão nos vales dos rios, por volta de 400 m. Os rios
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− | maiores apresentam vales de fundo plano, limitados por encostas íngremes, curso tortuoso
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− | com trechos retilinizados e corredeiras.
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− | A Reserva situa-se na parte interna de um pequeno cânion em forma de “U” cuja abertura está
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− | voltada para Oeste. O Rio das Furnas atravessa o cânion, passando, | |
− | portanto, pelo meio da propriedade, onde a altitude pode atingir em torno de 750 m s.n.m.
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− | A Reserva é delimitada por platôs, nos quais a altitude pode chegar a 900 m s.n.m., sendo a
| |
− | área abrigo de diversas nascentes que correm pelos paredões do cânion para o interior do
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− | Rio das Furnas em forma de belas cachoeiras. As encostas do vale são íngremes sendo as
| |
− | escarpas em degraus, visíveis de alguns pontos dos platôs.
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− | Clima | + | '''Clima''' |
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− | De acordo com o “Zoneamento Agroecológico e Socioeconômico do Estado de Santa
| + | Insere-se em uma região de clima mais ameno. Os verões são frescos, sendo a temperatura média do mês mais quente menor que 22,0°C. As temperaturas mínimas nos meses de inverno ficam abaixo de 0°C. |
− | Catarina”, Alfredo Wagner insere-se em uma região que está sob influência das tipologias
| + | A pluviosidade total na área é elevada e bem distribuída durante o ano variando de 1.460 a 1.820 mm. A umidade relativa do ar encontra-se entre 76,3 a 77,7%. |
− | climáticas de Koeppen, Cfa e Cfb. O clima do tipo Cfa é dominante nas áreas mais baixas,
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− | sendo o Cfb característico das partes serranas do estado.
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− | Devido à localização em uma porção mais elevada do município, apresentando uma
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− | variação de altitude de 750 a 900 m s.n.m., a Reserva insere-se em uma região de clima mais
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− | ameno representado pela tipologia climática Cfb. O clima caracteriza-se como sendo | |
− | mesotérmico úmido sem uma estação seca bem definida. Os verões são frescos, sendo a
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− | temperatura média do mês mais quente menor que 22,0°C. A temperatura média anual varia | |
− | de 15,8 a 17,9°C. A temperatura média das máximas encontra-se entre 22,3°C a 25,8°C e
| |
− | das mínimas de 10,8°C a 12,9°C. Em condições normais, podem ocorrer de 12 a 22 geadas
| |
− | por ano. As temperaturas mínimas nos meses de inverno ficam abaixo de 0°C.
| |
− | A pluviosidade total na área é elevada e bem distribuída durante o ano variando de 1.460 a | |
− | 1.820 mm, com o total anual de dias de chuva entre 129 e 144. A umidade relativa do ar | |
− | encontra-se entre 76,3 a 77,7%.. | |
| |Fauna and flora=FAUNA | | |Fauna and flora=FAUNA |
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− | Aves | + | '''Aves''' |
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− | O diagnóstico da avifauna, complementado pela listagem construída com base em anos de | + | O diagnóstico da avifauna realizado pela equipe da Sociedade Chauá e SPVS e complementado pela lista realizada com base em anos de observações de Renato Rizzaro e Gabriela Giovanka, indicou a presença de 238 espécies. O total das espécies registradas representa 39% da avifauna conhecida para Santa Catarina, sendo algumas endêmicas do Brasil: ''Clytolaema rubricauda'', ''Merulaxis ater'', ''Leptasthenura striolata'', ''Attila rufus'', ''Carpornis cucullata'', ''Ilicura militaris'' e ''Tangara desmaresti''. |
− | observações do proprietário Renato Rizzaro, indicou a presença de 236 espécies de aves | |
− | silvestres com ocorrência confirmada para a RRF, pertencentes a 49 famílias e 19 ordens.
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− | O total das espécies encontradas no estudo representa 39% da avifauna conhecida para | |
− | Santa Catarina, conforme Rosário (1996). Os Não-Passeriformes estão representados por | |
− | 96 espécies, correspondendo a 42,37% do total registrado. Os representantes da ordem
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− | Passeriformes, por sua vez, somam 136 espécies, o que corresponde a 57,62% do total.
| |
− | Do total de 1825 espécies de aves que ocorrem no Brasil, 234 táxons são endêmicos, ou
| |
− | seja, encontrados somente em território nacional (CBRO, 2009). O presente estudo verificou
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− | a presença de 11 espécies endêmicas do Brasil, o que equivale a 5,5% do total de espécies
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− | registradas na RRF: Brotogeris tirica, Lophornis magnificus, Clytolaema rubricauda,
| |
− | Merulaxis ater, Leptasthenura striolata, Hemitriccus orbitatus, Knipolegus nigerrimus, Attila | |
− | rufus, Carpornis cucullata, Lipaugus lanioides, Ilicura militaris, Tangara desmaresti e | |
− | Poospiza thoracica.
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− | A composição da avifauna da RRF está relacionada aos ambientes associados às zonas de | + | A composição da avifauna da área está relacionada aos ambientes associados às zonas de ecótono entre a Floresta Ombrófila Densa e a Floresta Ombrófila Mista. |
− | ecótono entre a Floresta Ombrófila Densa e a Floresta Ombrófila Mista. Apesar de diversas | |
− | espécies aqui registradas habitarem em comum essas duas formações florestais, alguns
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− | táxons ocorrem preferencialmente ou exclusivamente em apenas uma das duas formações
| |
− | florestais citadas. Como exemplo de exclusividade da Floresta Ombrófila Densa, pode-se
| |
− | citar espécies como: o tucano-de-bico-preto (Ramphastos vitellinus), o entufado (Merulaxis
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− | ater), o capitão-de-saíra (Attila rufus), o corocochó (Carpornis cucullata) e o tropeiro-daserra
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− | (Lipaugus lanioides). Já as exclusividades da Floresta Ombrófila Mista podem ser
| |
− | ilustradas por espécies como o grimpeiro (Leptasthenura setaria), o trepadorzinho
| |
− | (Heliobletus contaminatus) e o sanhaçu-frade (Stephanophorus diadematus). Outras
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− | possuem nítida preferência pela Floresta com Araucária, no entanto não podem ser
| |
− | consideradas exclusivas, como por exemplo, o papagaio-de-peito-roxo (Amazona vinacea),
| |
− | o beija-flor-de-topete (Stephanoxis lalandi), o pica-pau-dourado (Piculus aurulentus) e o
| |
− | bico-grosso (Saltator maxillosus).
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− | A localização geográfica da RRF propicia o contato direto de avifaunas de duas formações
| |
− | distintas, o que reflete na riqueza encontrada na região. De acordo com compilações
| |
− | recentes (STOTZ et al., 1996; SICK, 1997), existem 682 espécies de aves registradas para
| |
− | a Mata Atlântica (sensu lato) e que segundo Brooks et al. (1999), 207 são consideradas
| |
− | restritas ao bioma, conferindo uma das maiores biodiversidades de todo o mundo.
| |
− | Outro fator que contribui para que a composição da avifauna na área avaliada seja rica e
| |
− | diversificada, é a presença de campos rupestres na parte mais alta do cânion. Atualmente
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− | estes campos das propriedades vizinhas estão sendo ocupados e alterados pelos plantios
| |
− | de pinus, mas, originalmente, esta formação abrigava um elevado número de espécies de
| |
− | aves. Hoje, algumas espécies campestres que ainda podem ser observadas neste tipo de
| |
− | ambiente são: a cordorna-comum (Nothura maculosa), o perdiz (Rhynchotus rufescens), o
| |
− | cochicho (Anumbius annumbi), a maria-preta-de-penacho (Knipolegus lophotes), a mariapreta-
| |
− | de-garganta-vermelha (K. nigerrimus), a primavera (Xolmis cinereus), a andorinha-desobre-
| |
− | branco (Tachycineta leucorrhoa), o caminheiro-de-barriga-acanelada (Anthus
| |
− | hellmayri) e o pássaro-preto ou graúna (Gnorimopsar chopi).
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− | A lista completa pode ser acessada:
| + | Outro fator que contribui para a riqueza e diversidade de espécies é a presença de campos rupestres na parte mais alta do cânion. |
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− | Mamíferos
| + | Lista completa: http://issuu.com/riodasfurnas/docs/aves_reserva_rio_das_furnas_atual |
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− | As espécies de mamíferos registradas na Reserva são na grande maioria de alta plasticidade
| + | Todas as fotos do poster de Aves da Floresta Atlântica foram tiradas dentro da Reserva: http://aveatlantica.blogspot.com |
− | ecológica (73%), o que significa que conseguem se adaptar com facilidade aos distúrbios do
| |
− | meio. Grande parte delas apresenta tempo de desenvolvimento curto, com
| |
− | esforço reprodutivo e mortalidade elevados. São generalistas em relação ao habitat e à
| |
− | alimentação. Este fato deve-se principalmente à amostragem estar voltada a espécies de
| |
− | médio e grande porte, que possuem maior capacidade de deslocamento que aquelas de
| |
− | pequeno porte. Os pequenos mamíferos (morcegos, roedores e marsupiais) não amostrados
| |
− | no atual estudo, dão uma resposta mais direta em relação aos impactos efetuados sobre o
| |
− | ambiente onde vivem, seja pela sua presença/ausência, seja pela sua abundância.
| |
− | Espécies de baixa plasticidade, que são mais exigentes em relação às características
| |
− | ecológicas das áreas onde vivem, representam 9% do total registrado. Pertencem a este
| |
− | grupo a paca (Cuniculus paca) e a jaguatirica (Leopardus pardalis), que requerem áreas
| |
− | com menor grau de alteração e evidenciam a importância da área e seu contexto para a | |
− | manutenção de espécies-chave.
| |
| | | |
− | Com relação à pressão de caça, 36% das espécies apresentam alto interesse cinegético.
| |
− | Estão nesta categoria principalmente alguns macro-roedores (paca e cutia) e tatus, além
| |
− | dos felinos que são bastante perseguidos. Estas espécies encontram-se, então, sujeitas a
| |
− | pressões de caça constantes, sendo este o principal fator de impacto à
| |
− | sobrevivência das populações locais.
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− | Mamíferos registrados na Reserva Rio das Furnas | + | '''Mamíferos''' |
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− | Foram obtidas informações da ocorrência de 22 espécies de mamíferos pertencentes a oito
| + | As espécies de mamíferos registradas são na grande maioria de alta plasticidade ecológica (73%), o que significa que conseguem se adaptar com facilidade aos distúrbios do meio. |
− | ordens e 15 famílias. Esse total corresponde a 13% e 14,4% do total de mamíferos ocorrentes no Estado de Santa Catarina.
| + | Espécies de baixa plasticidade, que são mais exigentes em relação às características ecológicas das áreas onde vivem, representam 9% do total registrado. |
− | Gambá-de-orelha-branca (Didelphis albiventris), Tamanduá-mirim (Tamandua tetradactyla), Tatu-galinha (Dasypus novemcinctus), Tatu-mulita (D. septemcinctus), Morcego (Desmodus rotundus), Bugio-ruivo (Alouatta guariba), Jaguatirica (Leopardus pardalis), Gato-do-mato-pequeno (Leopardus tigrinus), Puma (Puma concolor), Gato-mourisco (Puma yaguaroundi), Cachorro-do-mato (Cerdocyon thous), Furão (Galictis cuja), Lontra (Lontra longicaudis), Irara (Eira barbara), Quati (Nasua nasua), Mão-pelada (Procyon cancrivorus), Serelepe (Guerlinguetus ingrami), Ouriço-cacheiro (Sphigurus villosus), Preá (Cavia aperea), Cutia (Dasyprocta azarae), Paca (Cuniculus paca), Lebre-européia (Lepus europaeus),
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| | | |
| + | Com relação à pressão de caça, 36% das espécies apresentam alto interesse cinegético. Estão nesta categoria principalmente alguns macro-roedores (paca e cutia) e tatus, além dos felinos que são bastante perseguidos. Estas espécies encontram-se, então, sujeitas a pressões de caça constantes, sendo este o principal fator de impacto à sobrevivência das populações locais. |
| | | |
− | Caracterização Fitogeográfica
| + | Foram obtidas informações da ocorrência de 21 espécies de mamífero: |
| + | Gambá-de-orelha-branca (''Didelphis albiventris''), Tamanduá-mirim (''Tamandua tetradactyla''), Tatu-galinha (''Dasypus novemcinctus''), Tatu-mulita (''D. septemcinctus''), Morcego (''Desmodus rotundus''), Bugio-ruivo (''Alouatta guariba''), Jaguatirica (''Leopardus pardalis''), Gato-do-mato-pequeno (''Leopardus tigrinus''), Puma (''Puma concolor''), Gato-mourisco (''Puma yaguaroundi''), Graxaim (''Cerdocyon thous''), Furão (''Galictis cuja''), Lontra (''Lontra longicaudis''), Irara (''Eira barbara''), Quati (''Nasua nasua''), Mão-pelada (''Procyon cancrivorus''), Serelepe (''Guerlinguetus ingrami''), Ouriço-cacheiro (''Sphigurus villosus''), Preá (''Cavia aperea''), Cutia (''Dasyprocta azarae''), Paca (''Cuniculus paca''). |
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− | A RRF insere-se no domínio do Bioma Mata Atlântica, sendo caracterizada pela situação de
| |
− | contato entre a Floresta Ombrófila Mista (Floresta com Araucária) e a Floresta Ombrófila
| |
− | Densa (Floresta Atlântica).
| |
− | Com base em critérios altitudinais, Leite e Klein (1990) apontam as formações de Floresta
| |
− | Ombrófila Mista ocorrentes acima dos 800 metros como sendo mais típicas e
| |
− | representativas. Deste modo, tendo em vista que a RRF situa-se em altitude média de 750
| |
− | m s.n.m., não existem na área protegida comunidades típicas de Floresta Ombrófila Mista.
| |
− | Da mesma forma, a posição geográfica bastante interiorizada implica em condicionantes
| |
− | climáticas diferenciadas, que acabam por impedir também a ocorrência de uma Floresta
| |
− | Ombrófila Densa típica. Trata-se, portanto, de uma plena região de contato entre as
| |
− | tipologias, fortemente condicionada à posição encaixada da área protegida, dentro do
| |
− | cânion do Rio das Furnas, que proporciona condições microclimáticas bastante particulares.
| |
| | | |
− | Florística | + | '''Florística''' |
| | | |
− | Sob o ponto de vista da riqueza específica, considerando apenas as espécies que ocorrem | + | Faz parte do domínio do Bioma Mata Atlântica, sendo caracterizada pela situação de contato entre a Floresta Ombrófila Mista (Floresta com Araucária) e a Floresta Ombrófila Densa (Floresta Atlântica). |
− | naturalmente na área protegida, destacam-se as famílias Myrtaceae, Asteraceae e | + | Sob o ponto de vista da riqueza específica, considerando apenas as espécies que ocorrem naturalmente na área protegida, destacam-se as famílias Myrtaceae, Asteraceae e Lauraceae. |
− | Lauraceae, respectivamente com 17, 13 e 12 espécies cada. Também são importantes: | |
− | Bromeliaceae (11), Solanaceae, Polypodiaceae e Fabaceae (9 cada), e Melastomataceae
| |
− | (7). Estas oito famílias abrangem cerca de 35 % do total de espécies nativas registradas.
| |
− | Do montante total de espécies nativas registradas, apenas 4,9% são preferenciais ou
| |
− | exclusivas da Floresta Ombrófila Mista, enquanto 4,5% são preferenciais ou exclusivas da
| |
− | Floresta Ombrófila Densa. As demais se caracterizam por ocorrerem facultativamente nas
| |
− | duas regiões fitogeográficas (algumas deste grupo tiveram sua área de ocorrência
| |
− | indeterminada). Isto é comum em uma zona de contato, onde predominam espécies de
| |
− | maior plasticidade adaptativa que se distribuem naturalmente pelas duas tipologias
| |
− | envolvidas. Ainda assim, verifica-se de forma sutil, uma maior influência da Floresta
| |
− | Ombrófila Mista, pela maior representatividade estrutural das espécies indicadoras
| |
− | ocorrentes.
| |
− | Como preferenciais ou exclusivas da Floresta Ombrófila Mista, destacam-se: Lithraea
| |
− | brasiliensis, Araucaria angustifolia, Baccharis uncinella, Berberis laurina, Cinnamomum
| |
− | sellowianum, Nectandra lanceolata, Lafoensia pacari, Mimosa scabrella, Myrrhinium
| |
− | atropurpureum, Escallonia montevidensis, Styrax leprosus e Lantana fucata. Os
| |
− | representantes preferenciais ou exclusivos da Floresta Ombrófila Densa na RRF são:
| |
− | Aspidosperma pyricollum, Aechmea blumenavii, Aechmea ornata, Calyptranthes grandifolia,
| |
− | Vriesea gigantea, Alchornea triplinervia, Myrocarpus frondosus, Talauma ovata, Phytolacca
| |
− | dioica, Podocarpus sellowii eTrema micrantha.
| |
− | Devido à geologia de origem e ao posicionamento geomorfológico, a RRF apresenta
| |
− | relevantes comunidades vegetais rupícolas, que se desenvolvem nas escarpas rochosas,
| |
− | nos paredões de cachoeiras, nos lajeados do rio das Furnas e sobre matacões rochosos no
| |
− | interior das florestas. Algumas espécies foram registradas somente nestes ambientes
| |
− | sendo, provavelmente, exclusivas. É o caso de Gaylussacia sp., Myrciaria sp.,
| |
− | Campyloneuron sp. e Epidendrum ellipticum. As três primeiras ocorrem somente sobre as
| |
− | rochas do rio das Furnas e seus afluentes, enquanto que a última ocorre nos paredões
| |
− | verticais das escarpas. Ao total foram identificadas 33 espécies que crescem sobre
| |
− | substrato rochoso, sendo a grande maioria caracterizada como facultativa, podendo ocorrer
| |
− | como terrícolas, epífitas ou rupícolas. Menção especial deve ser feita à espécie Gunnera
| |
− | manicata, que forma densas populações nas paredes úmidas das escarpas verticais,
| |
− | conferindo aspecto fisionômico muito típico.
| |
− | A seguir são descritas algumas das espécies ocorrentes na Reserva Rio das Furnas, dentre
| |
− | ameaçadas, relevantes fisionomicamente ou representativas de ambientes específicos:
| |
− | Espécies Ameaçadas de Extinção
| |
− | Por não haver uma lista estadual completa e atualizada da flora ameaçada de extinção em
| |
− | Santa Catarina, para definir quais espécies apresentam maiores níveis de ameaça na área
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− | protegida, foram consultadas as seguintes relações: Lista Oficial da Flora Brasileira
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− | Ameaçada de Extinção; Lista das Espécies da Flora Ameaçadas de Extinção
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− | do Rio Grande do Sul; e Lista Vermelha de Plantas Ameaçadas de
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− | Extinção no Estado do Paraná.
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− | A presença destas espécies na área protegida, assim como de todas as outras
| + | Devido à geologia de origem e ao posicionamento geomorfológico, a área apresenta relevantes comunidades vegetais rupícolas, que se desenvolvem nas escarpas rochosas, nos paredões de cachoeiras, nos lajeados do rio das Furnas e sobre matacões rochosos no interior das florestas. Algumas espécies foram registradas somente nestes ambientes sendo, provavelmente, exclusivas. É o caso de ''Gaylussacia sp.'', ''Myrciaria sp.'', ''Campyloneuron'' sp. e ''Epidendrum ellipticum''. |
− | consideradas ameaçadas, reforça sua importância ecológica em nível regional. A seguir são
| + | Menção especial deve ser feita à espécie ''Gunnera manicata'', que forma densas populações nas paredes úmidas das escarpas verticais, conferindo aspecto fisionômico muito típico. |
− | apresentadas as cinco espécies da flora consideradas com maior relevância para a
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− | conservação na RRF, pelos seus status de ameaça: Araucária (Araucaria angustifolia – Araucariaceae), Gravatá (Aechmea blumenavii – Bromeliaceae), Xaxim-bugio (Dicksonia sellowiana – Dicksoniaceae), Cabreúva (Myrocarpus frondosus – Fabaceae), Imbuia (Ocotea porosa – Lauraceae), Jacarandá, Machaerium paraguariense, Fig. 3.19: Gunera, Gunnera manicata, Gunneraceae, Cravo-do-mato, Tillandsia mallemontii, Pinho-bravo, Podocarpus sellowii.
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− | Espécies Relevantes na Fisionomia e Estrutura Florestal:
| + | A presença de espécies ameaçada de extinção, assim como de todas as outras consideradas ameaçadas, reforça a importância ecológica da área em nível regional: Araucária (''Araucaria angustifolia''), Gravatá (''Aechmea blumenavii''), Xaxim-bugio (''Dicksonia sellowiana''), Cabreúva (''Myrocarpus frondosus''), Imbuia (''Ocotea porosa''), Jacarandá (''Machaerium paraguariense''), Gunera (''Gunnera manicata''), Cravo-do-mato (''Tillandsia mallemontii''), Pinho-bravo (''Podocarpus sellowii''). |
− | Araticum-do-mato (Rollinia sylvatica – Annonaceae), Jerivá (Syagrus romanzoffiana – Arecaceae), Pimenteira (Capsicodendron dinisii – Canellaceae), Carne-de-vaca (Clethra scabra – Clethraceae), Tapiá (Alchornea triplinervia – Euphorbiaceae), Corticeira (Erythrina falcata – Fabaceae), Cafezeiro-bravo (Casearia sylvestris – Flacourtiaceae), Canela-fogo (Cryptocarya aschersoniana – Lauraceae), Canela-guaicá (Ocotea puberula – Lauraceae), Baguaçu (Talauma ovata – Magnoliaceae),
| + | |Threats and problems=Invasão por espécies exóticas, principalmente a monucultura de Pinus sp. no entorno, prejudicando áreas de nascentes e de captação de água para o manancial, além da modificação paisagística, dificultando a dispersão e locomoção de certas espécies da flora e da fauna. |
− | Canjarana (Cabralea canjerana – Meliaceae), Cedro (Cedrela fissilis – Meliaceae), Guabiroba (Campomanesia xanthocarpa – Myrtaceae), Capororoca (Myrsine coriacea – Myrsinaceae), Maria-mole (Phytolacca dioica – Phytolaccaceae), Araçá-de-macaco (Posoqueria latifolia – Rubiaceae), Pasto-de-anta (Psychotria suterella – Rubiaceae), Miguel-pintado (Matayba elaeagnoides – Sapindaceae), Tarumã (Vitex megapotamica – Verbenaceae), Cataia (Drimys brasiliensis – Winteraceae), entre outras.
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− | Espécies arbustivas e herbáceas
| + | Incêndios acidentais ou criminosos: a constatação de queimadas em propriedades do entorno aponta para o perigo de incêndios. |
− | Além das espécies arbóreas, as comunidades vegetais da RRF também comportam grande
| + | Sendo a Reserva localizada em um vale úmido dificilmente o fogo adentrará em profundidade vindo dos platôs para a propriedade, porém, as queimadas nos platôs podem avançar vale abaixo dependendo das condições atmosféricas, especialmente nas florestas em estágio inicial da sucessão. |
− | riqueza de espécies arbustivas e herbáceas. Parte destas não pôde ser registrada pelo
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− | caráter expedito do presente levantamento florístico.
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− | Dentre as plantas de porte arbustivo mais comuns no sub-bosque da RRF, estão os xaxins
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− | das espécies Blechnum brasiliense, Cyathea corcovadensis, C. atrovirens
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− | e Dicksonia sellowiana. Além de outras espécies como Mollinedia clavigera, Piper
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− | gaudichaudianum e Miconia cinerascens. Em áreas mais conservadas
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− | podem ser encontradas Justicia floribunda, Geonoma schottiana e Berberis laurina.
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− | Nas áreas alteradas, clareiras e bordas de floresta são comuns arbustos heliófilos como
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− | Baccharis dracunculifolia, B. uncinella, Senecio brasiliensis, Senna sp,, Lantana
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− | camara, L. fucata, Rubus brasiliensis e R. sellowii. Em diversos trechos da RRF existem
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− | densas populações de criciúma (Chusquea sp.), um bambu de colmo cheio que chega a
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− | formar redes bastante intrincadas.
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− | A composição do estrato herbáceo terrestre das florestas é bastante variável de acordo com
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− | as condições ambientais de cada trecho da RRF. De um modo geral, é notável a riqueza em
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− | pteridófitas, podendo-se citar Asplenium sp., Dryopteris sp., Anemia phyllitidis e Rumohra
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− | adiantiformis (Fig. 3.65). Também são espécies bastante comuns Heimia myrtifolia, Leandra
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− | sp., Piper mikanianum e Piper xylosteoides. No interior das florestas mais conservadas e
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− | densas, sobretudo no terço inferior das convergências hídricas, podem ser encontradas
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− | Adiantum raddianum, Oxalis sp. e Begonia spp.
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− | Em clareiras e trechos que sofreram intervenções de exploração forma-se a cobertura
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− | herbácea de pioneiras com destaque para as Asteráceas Baccharis articulata, Baccharis
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− | trimera e Erechtites valerianaefolia. Em certos trechos formam-se populações muito
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− | vigorosas de Pteridium arachnoideum, as quais muitas vezes chegam a impedir
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− | totalmente a passagem, tamanho o seu vigor e densidade. Também são comuns
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− | Desmodium sp., Gleichenella pectinata, Ocimum micranthum, Salvia melissaeflora, Acaena
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− | eupatoria e Sacoila lanceolata.
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− | Várias espécies herbáceas utilizam o substrato rochoso, muito abundante na RRF, para se
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− | desenvolver. Dentre estas espécies rupícolas pode-se destacar Eryngium cf. elegans,
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− | Campyloneuron sp., Peperomia spp., Rumohra adiantiformis, Elaphoglossum sp.,
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− | Sinningia douglasii, Trichomanes sp., Microgramma squamulosa, Niphidium sp.,
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− | Polypodium hirsutissimum e Aechmea ornata, sendo que muitas
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− | destas, também podem ocorrer como epífitas. Especificamente nas paredes verticais das
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− | escarpas rochosas podem ser encontradas Epidendrum ellipticum, Gunnera
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− | manicata, Amaryllis sp., Anthurium gaudichaudianum, Philodendron bipinnatifidum e Dyssochroma longipes.
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− | Outro grupo que merece menção na RRF é o das epífitas, plantas que se fixam sobre outras
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− | plantas, mas ao contrário das parasitas, não causam mal ao indivíduo que lhes fornece o
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− | apoio. A riqueza em epífitas é diretamente proporcional ao estágio de desenvolvimento das
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− | comunidades florestais. De maneira geral, o epifitismo não é muito pronunciado de forma
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− | abrangente na RRF. Nas áreas em estágios iniciais, a riqueza e abundância de epífitas pode
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− | ser dita baixa. Por outro lado, nos trechos em estágios mais avançados existe razoável
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− | riqueza de espécies, particularmente sobre as árvores mais antigas e de maior porte.
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− | As epífitas mais relevantes na RRF são: Asplenium gastonis, Blechnum binervatum,
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− | Bilbergia nutans, Bilbergia sp., Vriesea platynema,
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− | Lepismium houlletianum, Nematanthus australis, Campyloneuron nitidum, Pleopeltis
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− | angusta, Polypodium catharinae, Vittaria lineata, Tillandsia geminiflora, Tillandsia
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− | mallemontii, Tillandsia tenuifolia, Tillandsia stricta, Tillandsia usneoides, Oncidium
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− | sp. e Pecluma pectinatiformis.
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| + | '''Caça''' |
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| + | Embora não tenha havido nenhum registro ou citação de caçadores utilizando a Reserva, o abate eventual de alguns exemplares foi relatado, principalmente quando se trata de espécies que ofereçam alegado risco a animais domésticos, como jaguatiricas e gambás, por exemplo. |
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| + | Captura de aves para criação em cativeiro e comercialização, prática comum em grande parte desta região catarinense. |
| + | |Sources=Plano de Manejo da Reserva Rio das Furnas executado pela Sociedade Chauá com o apoio/financiamento da SPVS - http://www.spvs.org.br |
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| + | ROSÁRIO, L. A. 1996. As Aves em Santa Catarina: distribuição geográfica e meio ambiente. Florianópolis: FATMA, 326p. |
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| + | SAVE BRASIL – Sociedade para a Conservação de Aves do Brasil. Lista das aves ameaçadas e quase ameaçadas no Brasil. Disponível em: <http://www.savebrasil.org.br/>. Acesso em: 07 out. 2009. |
| | | |
− | |Threats and problems=• Povoamentos de Pinus sp. no entorno� exercem impactos negativos por
| + | SEMA-PR – Secretaria Estadual do Meio Ambiente. Lista vermelha de plantas ameaçadas de extinção no Estado do PARANÁ. Curitiba: SEMA/GTZ, 1995. 139p. |
− | causarem invasões principalmente nas áreas de campos naturais dos platôs à montante da
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− | RRF, prejudicando áreas de nascentes e de captação de água para o manancial, além de
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− | representarem uma interrupção na conectividade entre fragmentos de florestas nativas do
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− | entorno, podendo dificultar a dispersão e locomoção de certas espécies da flora e da fauna.
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− | • Incêndios acidentais ou criminosos � a constatação de queimadas em propriedades
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− | do entorno aponta para o perigo de incêndios que prejudicam a Reserva. Sendo a Reserva
| |
− | localizada em um vale úmido dificilmente o fogo adentrará em profundidade vindo dos platôs
| |
− | para a propriedade, porém, as queimadas nos platôs podem avançar vale abaixo
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− | dependendo das condições atmosféricas, especialmente nas florestas em estágio inicial da
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− | sucessão.
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− | • Áreas agropecuárias no entorno � por ocuparem frequentemente áreas frágeis de
| + | SEMA-RS – Secretaria Estadual do Meio Ambiente. Lista das Espécies da Flora Ameaçadas de Extinção do Rio Grande do Sul. Disponível em : <http://www.sema.rs.gov.br/sema/html/pdf/especiesameacadas. |
− | preservação permanente, trazem impactos negativos como erosão e contaminação dos rios
| + | pdf>. Acesso em 23 jun. 2009. |
− | e da fauna, acarretando mudança de hábitos e desequilíbrios nas comunidades de fauna.
| |
− | Foram verificadas criações de bovinos em área de preservação permanente (APP) do Rio
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− | das Furnas, cultivo de cebola em encostas íngremes do vale do Rio das Furnas e
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− | criação de ovelhas nos platôs em áreas de campos.
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− | • Caça � embora não tenha havido nenhum registro ou citação de caçadores utilizando
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− | as áreas da RRF, o abate eventual de alguns exemplares foi relatado, principalmente
| |
− | quando se trata de espécies que ofereçam alegado risco a animais domésticos, como
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− | jaguatiricas e gambás, por exemplo. Um dos vizinhos afirmou que mata todos os gambás
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− | que se aproximam da sua residência. Para tanto, seria adequada a realização de um
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− | programa de educação ambiental envolvendo também os adultos da região.
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− | • Captura de animais para criação em cativeiro e comercialização � foi constatado que
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− | na comunidade de São Leonardo existe o costume de se criar aves silvestres em cativeiro,
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− | prática comum em grande parte desta região catarinense. Indivíduos de trinca-ferro (Saltator
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− | similis), coleirinho (Sporophila caerulescens), cuiú-cuiú (Pionopsitta pileata) e gaturamoverdadeiro
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− | (Euphonia violacea) foram observados em gaiolas nessa comunidade.
| |
− | |Sources=ROSÁRIO, L. A. 1996. As Aves em Santa Catarina: distribuição geográfica e meio ambiente. Florianópolis:
| |
− | FATMA, 326p.
| |
− | SAVE BRASIL – Sociedade para a Conservação de Aves do Brasil. Lista das aves ameaçadas e quase
| |
− | ameaçadas no Brasil. Disponível em: <http://www.savebrasil.org.br/>. Acesso em: 07 out. 2009.
| |
− | SEMA-PR – Secretaria Estadual do Meio Ambiente. Lista vermelha de plantas ameaçadas de extinção no
| |
− | Estado do PARANÁ. Curitiba: SEMA/GTZ, 1995. 139p.
| |
− | SEMA-RS – Secretaria Estadual do Meio Ambiente. Lista das Espécies da Flora Ameaçadas de Extinção
| |
− | do Rio Grande do Sul. Disponível em : <http://www.sema.rs.gov.br/sema/html/pdf/especiesameacadas.
| |
− | pdf>. Acesso em 23 jun. 2009.
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| SICK, H. Ornitologia Brasileira. Rio de Janeiro: Ed. Nova fronteira. 912p. 1997. | | SICK, H. Ornitologia Brasileira. Rio de Janeiro: Ed. Nova fronteira. 912p. 1997. |
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Reserva Rio Das Furnas
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Esfera Administrativa: Particular
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Estado: Santa Catarina
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Município: Alfredo Wagner
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Categoria: Reserva Particular do Patrimônio Natural
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Bioma: Mata Atlântica
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Área: 53,5 hectares
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Diploma legal de criação: Reserva Rio das Furnas I: Portaria IBAMA nº 61, de 16 de abril de 2002 - 10ha
Reserva Rio das Furnas II: Portaria ICMBio 168, de 11 de março de 2013 - 43,5ha
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Coordenação regional / Vinculação:
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Contatos: reserva@riodasfurnas.org.br / www.riodasfurnas.org.br
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Localização
(UTM) 6.936.900 N e 680.100 - 80 km de Florianópolis, 145 km de Lages, e 187 km de Blumenau.
Como chegar
A Reserva não está aberta à visitação, somente para pesquisas e estágios.
Ingressos
Fechada ao público.
Onde ficar
Para pesquisadores e estagiários: casa com dois quartos pequenos (4 pessoas) e um rancho com um quarto e banheiro (2 pessoas).
Objetivos específicos da unidade
Conservação e incentivo para pesquisas científicas e estágios.
Histórico
A área foi adquirida por Renato Rizzaro e Gabriela Giovanka no ano de 2001. Até então, era utilizada para o cultivo de cebola e milho e a criação de gado. Por ser a última propriedade localizada no interior de um cânion, grande parte de seu relevo não pôde ser aproveitado para a agricultura e pastagem, característica que possibilitou que algumas áreas com vegetação nativa permanecessem conservadas. Além disso, o solo pobre e raso não permitiu um cultivo excessivo no mesmo local facilitando a recuperação das áreas deixadas para descanso, de forma lenta mas progressiva.
Quando adquirida, a propriedade já possuía duas pequenas edificações na parte mais plana em proximidade da divisa Oeste. Uma delas, a pequenina casa construída com madeira de araucária na década de 40, foi reformada e se tornou a moradia dos proprietários durante nove anos, de 2001 a 2010. O rancho, utilizado para guardar as colheitas anuais de cebola, também passou por reformas e atualmente tem um quarto para duas pessoas, banheiro, depósito, atelier e garagem.
Desde o início Renato e Gabriela realizaram atividades de Educação Ambiental na escola da comunidade de São Leonardo e no PETI (Programa de Erradicação do Trabalho Infantil, em parceria com a Secretaria Municipal de Educação e Prefeitura Municipal de Alfredo Wagner.
Envolvendo várias pessoas da comunidade e a Prefeitura Municipal, também realizaram o primeiro mutirão de limpeza dos rios das Furnas, Adaga e Araçá e a visita à Santa Rosa de Lima para o conhecimento das atividades de agroecologia e turismo sustentável realizadas por agricultores desta cidade. Em 2011, já em parceria com a SPVS, a Reserva promoveu uma oficina de Educação Ambiental para os professores da rede municipal de Alfredo Wagner.
Entre janeiro de 2009 até dezembro de 2013, a Reserva fez parte do “Programa Desmatamento Evitado”, idealizado e executado pela SPVS e que tem como estratégia de ação a aliança entre empresas e proprietários de florestas bem conservadas.
Em janeiro de 2010 a área sofreu uma tempestade violenta (aprox. 170mm em 3h40m) que destruiu o acesso e deixou as estradas frágeis, o que inviabilizou a visitação, embora a defesa civil tenha recuperado parte dos estragos causados. A última ponte que dá acesso á Reserva está em situação precária até o momento (junho/14)
Atrações
Programa da Terra da Gente/EPTV (em duas partes),:
http://globotv.globo.com/eptv-sp/terra-da-gente-eptv/v/terra-da-gente-rio-das-furnas-bloco-1/2485962/
http://globotv.globo.com/eptv-sp/terra-da-gente-eptv/v/terra-da-gente-rio-das-furnas-bloco-2/2486045/
Aspectos naturais
Relevo e clima
Geomorfologia e Relevo
Esta inserida numa região caracterizada pela unidade geomorfológica Patamares do Alto Rio Itajaí. Situa-se na parte interna de um pequeno cânion em forma de “U” cuja abertura está voltada para Oeste. O Rio das Furnas atravessa o cânion passando pelo meio da propriedade, onde a altitude pode atingir em torno de 750 m s.n.m.
É delimitada por platôs, nos quais a altitude pode chegar a 900 m s.n.m., abrigando diversas nascentes que correm pelos paredões do cânion para o interior do Rio das Furnas em forma de belas cachoeiras. As encostas do vale são íngremes sendo as escarpas em degraus visíveis de alguns pontos dos platôs.
Clima
Insere-se em uma região de clima mais ameno. Os verões são frescos, sendo a temperatura média do mês mais quente menor que 22,0°C. As temperaturas mínimas nos meses de inverno ficam abaixo de 0°C.
A pluviosidade total na área é elevada e bem distribuída durante o ano variando de 1.460 a 1.820 mm. A umidade relativa do ar encontra-se entre 76,3 a 77,7%.
Fauna e flora
FAUNA
Aves
O diagnóstico da avifauna realizado pela equipe da Sociedade Chauá e SPVS e complementado pela lista realizada com base em anos de observações de Renato Rizzaro e Gabriela Giovanka, indicou a presença de 238 espécies. O total das espécies registradas representa 39% da avifauna conhecida para Santa Catarina, sendo algumas endêmicas do Brasil: Clytolaema rubricauda, Merulaxis ater, Leptasthenura striolata, Attila rufus, Carpornis cucullata, Ilicura militaris e Tangara desmaresti.
A composição da avifauna da área está relacionada aos ambientes associados às zonas de ecótono entre a Floresta Ombrófila Densa e a Floresta Ombrófila Mista.
Outro fator que contribui para a riqueza e diversidade de espécies é a presença de campos rupestres na parte mais alta do cânion.
Lista completa: http://issuu.com/riodasfurnas/docs/aves_reserva_rio_das_furnas_atual
Todas as fotos do poster de Aves da Floresta Atlântica foram tiradas dentro da Reserva: http://aveatlantica.blogspot.com
Mamíferos
As espécies de mamíferos registradas são na grande maioria de alta plasticidade ecológica (73%), o que significa que conseguem se adaptar com facilidade aos distúrbios do meio.
Espécies de baixa plasticidade, que são mais exigentes em relação às características ecológicas das áreas onde vivem, representam 9% do total registrado.
Com relação à pressão de caça, 36% das espécies apresentam alto interesse cinegético. Estão nesta categoria principalmente alguns macro-roedores (paca e cutia) e tatus, além dos felinos que são bastante perseguidos. Estas espécies encontram-se, então, sujeitas a pressões de caça constantes, sendo este o principal fator de impacto à sobrevivência das populações locais.
Foram obtidas informações da ocorrência de 21 espécies de mamífero:
Gambá-de-orelha-branca (Didelphis albiventris), Tamanduá-mirim (Tamandua tetradactyla), Tatu-galinha (Dasypus novemcinctus), Tatu-mulita (D. septemcinctus), Morcego (Desmodus rotundus), Bugio-ruivo (Alouatta guariba), Jaguatirica (Leopardus pardalis), Gato-do-mato-pequeno (Leopardus tigrinus), Puma (Puma concolor), Gato-mourisco (Puma yaguaroundi), Graxaim (Cerdocyon thous), Furão (Galictis cuja), Lontra (Lontra longicaudis), Irara (Eira barbara), Quati (Nasua nasua), Mão-pelada (Procyon cancrivorus), Serelepe (Guerlinguetus ingrami), Ouriço-cacheiro (Sphigurus villosus), Preá (Cavia aperea), Cutia (Dasyprocta azarae), Paca (Cuniculus paca).
Florística
Faz parte do domínio do Bioma Mata Atlântica, sendo caracterizada pela situação de contato entre a Floresta Ombrófila Mista (Floresta com Araucária) e a Floresta Ombrófila Densa (Floresta Atlântica).
Sob o ponto de vista da riqueza específica, considerando apenas as espécies que ocorrem naturalmente na área protegida, destacam-se as famílias Myrtaceae, Asteraceae e Lauraceae.
Devido à geologia de origem e ao posicionamento geomorfológico, a área apresenta relevantes comunidades vegetais rupícolas, que se desenvolvem nas escarpas rochosas, nos paredões de cachoeiras, nos lajeados do rio das Furnas e sobre matacões rochosos no interior das florestas. Algumas espécies foram registradas somente nestes ambientes sendo, provavelmente, exclusivas. É o caso de Gaylussacia sp., Myrciaria sp., Campyloneuron sp. e Epidendrum ellipticum.
Menção especial deve ser feita à espécie Gunnera manicata, que forma densas populações nas paredes úmidas das escarpas verticais, conferindo aspecto fisionômico muito típico.
A presença de espécies ameaçada de extinção, assim como de todas as outras consideradas ameaçadas, reforça a importância ecológica da área em nível regional: Araucária (Araucaria angustifolia), Gravatá (Aechmea blumenavii), Xaxim-bugio (Dicksonia sellowiana), Cabreúva (Myrocarpus frondosus), Imbuia (Ocotea porosa), Jacarandá (Machaerium paraguariense), Gunera (Gunnera manicata), Cravo-do-mato (Tillandsia mallemontii), Pinho-bravo (Podocarpus sellowii).
Problemas e ameaças
Invasão por espécies exóticas, principalmente a monucultura de Pinus sp. no entorno, prejudicando áreas de nascentes e de captação de água para o manancial, além da modificação paisagística, dificultando a dispersão e locomoção de certas espécies da flora e da fauna.
Incêndios acidentais ou criminosos: a constatação de queimadas em propriedades do entorno aponta para o perigo de incêndios.
Sendo a Reserva localizada em um vale úmido dificilmente o fogo adentrará em profundidade vindo dos platôs para a propriedade, porém, as queimadas nos platôs podem avançar vale abaixo dependendo das condições atmosféricas, especialmente nas florestas em estágio inicial da sucessão.
Caça
Embora não tenha havido nenhum registro ou citação de caçadores utilizando a Reserva, o abate eventual de alguns exemplares foi relatado, principalmente quando se trata de espécies que ofereçam alegado risco a animais domésticos, como jaguatiricas e gambás, por exemplo.
Captura de aves para criação em cativeiro e comercialização, prática comum em grande parte desta região catarinense.
Fontes
Plano de Manejo da Reserva Rio das Furnas executado pela Sociedade Chauá com o apoio/financiamento da SPVS - http://www.spvs.org.br
ROSÁRIO, L. A. 1996. As Aves em Santa Catarina: distribuição geográfica e meio ambiente. Florianópolis: FATMA, 326p.
SAVE BRASIL – Sociedade para a Conservação de Aves do Brasil. Lista das aves ameaçadas e quase ameaçadas no Brasil. Disponível em: <http://www.savebrasil.org.br/>. Acesso em: 07 out. 2009.
SEMA-PR – Secretaria Estadual do Meio Ambiente. Lista vermelha de plantas ameaçadas de extinção no Estado do PARANÁ. Curitiba: SEMA/GTZ, 1995. 139p.
SEMA-RS – Secretaria Estadual do Meio Ambiente. Lista das Espécies da Flora Ameaçadas de Extinção do Rio Grande do Sul. Disponível em : <http://www.sema.rs.gov.br/sema/html/pdf/especiesameacadas.
pdf>. Acesso em 23 jun. 2009.
SICK, H. Ornitologia Brasileira. Rio de Janeiro: Ed. Nova fronteira. 912p. 1997.